Para além da moderação e do bom senso
Segue link de uma entrevista com o psicólogo Paul Rozin, sobre a alimentação moderna e a necessidade de adotarmos a moderação como critério para a alimentação.
O que me chamou a atenção nesta entrevista não é a tal moderação no comer - isso tem sido pregado pelos Vigilantes do Peso há décadas! - mas o fato de que ele próprio reconhece que "tentamos mudar os indivíduos por muito tempo e falhamos". Ora, esse me parece o ponto crucial da sua fala, pois há, sim, que se mudar o indivíduo, mas antes há que se estabelecer um ambiente em que essa mudança seja possível.
A entrevista é bem curtinha, mas dá para perceber algumas possibilidades que ele deixa quando nos fala sobre o pensamento binário e o pensamento complexo. E isso me autoriza a imaginar que, se houvesse espaço para mais 50 linhas, ele teria desenvolvido mais sobre o aspecto de mudarmos, por exemplo, o modo como dispomos dos alimentos, os produtos que são ofertados no mercado de consumo, os investimentos em publicidade (e não em qualidade do que se produz), entre outras coisas.
Ou seja, mais do que moderação e bom senso dos indivíduos nas escolhas de consumo, há que se colocar mais moderação e bom senso no funcionamento do mundo: quando se permite que alimentos nada nutritivos e altamente calóricos sejam incrementados com todo tipo de aromatizante e corantes, numa embalagem toda estudada, desde seu tamanho até a cor e os desenhos nela estampados, e que sejam vendidos mais baratos do que "preço de banana", alguma coisa está bem estranha, certo?
Fica a dica. Procurarei mais sobre o trabalho deste pesquisador e depois conto sobre minhas descobertas.
http://www1.folha.uol.com.br/equilibrioesaude/2014/11/1541917-dieta-depende-mais-do-ambiente-que-do-individuo-diz-psicologo.shtml